Commodities: Inteligência do mercado
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  • Caroline Hirasaka

Commodities: Inteligência do mercado

Para finalizarmos nossa jornada de conteúdos sobre commodities, descreveremos neste post as analises que são comumente utilizadas neste segmento de mercado, elas são divididas geralmente em duas principais classes:

  • Analise técnica

  • Analise fundamentalista

A analise técnica envolve o estudo do comportamento dos agentes em relação ao preço e os seus respectivos padrões de variação, podem ser realizadas em estudo de gráficos, observando pontos onde se concentram compradores, pontos onde se concentram vendedores, linhas de tendencias, pontos de reversão ou até mesmo o comportamento instantâneo por meio da leitura do book de ofertas,

Já a fundamentalista busca estudar as características macroeconômicas dos produtos em questão, de maneira ampla, busca entender o cenário de oferta e demanda de cada commodity, das mercadorias que possuem correlação com o produto em analise a até politicas monetárias e fiscais impactando o mercado, e é sobre esse tipo de analise que daremos mais enfoco.

Para exemplificar podemos supor que para uma boa analise de mercado de boi gordo, devem ser avaliados os preços do mercado físico, as escalas de abate, qual a disponibilidade de boi para abate, sazonalidade em cada período, esses são o lado das variáveis da oferta; Devemos analisar também os preços dos grãos que lhe servem como ração, esses dados fazem parte da variável de custo e produção. dados com referencia em como andam as exportações e o consumo interno, são as variáveis de demanda, e por fim, analise de dados como os preços da carne bovina e a sua relação entre as proteínas concorrentes como o frango, o suíno, ovos, posicionamento dos fundos, pessoas financeiras, pessoas físicas no mercado de derivativos entre outros fatores.

Para análise dessas variáveis e o impacto no valor do boi gordo hoje em dia não se faz mais necessário ir as fazendas, frigoríficos e supermercados para coletar as informações, uma vez que diversos de institutos de pesquisas e empresas do setor realizam este trabalho, iremos elencar aqui algumas das instituições responsáveis no mercado agro e seus diversos relatórios disponíveis.

Os Relatórios matinais geralmente trazem as principais noticiais dos mercados agropecuários, a analise de algum fator correlato, como clima, quantidades negociadas e um apanhado de preços entre os quais está o mercado físico, fechamento e variações dos derivativos do dia anterior. De maneira geral, eles buscam abordar subjetivamente a maioria das variáveis que um operador daquele produto necessita para iniciar um dia de pregão.

O resumo diário, como seu nome já ilustra, comtempla informações, para o fechamento ou o pós mercado daquele dia com os principais índices e suas respectivas cotações e variações. Outro relatório de suma importância em uma analise fundamentalista é o de posição em aberto por tipo de participante, ele inúmera o montante dos contratos futuros e de opções de cada commodity pela natureza de cada participante , visando estabelecer um ranking e um acompanhamento periódico de suas variações. Os participantes costumam ser segmentados em pessoas físicas, financeiras, fundos e investidores estrangeiros, esse levantamento possibilita entender quais são as expectativas de cada grupo, onde estariam alocando os seus recursos para se proteger ou obter algum ganho financeiro, vencimentos mais líquidos , strikes de maiores riscos, interpretações de operações estruturadas, entre outros.

Ao longo do dia, acompanhamentos diários de negociação no mercado físico e seus respectivos preços são utilizados para a liquidação de contratos futuros e opções, pois diversas instituições e consultorias realizam seus acompanhamentos de boi gordo, milho, soja, com um pouco mais de elaboração, elas utilizam essas informações primarias obtidas diretamente com produtores e consumidores para interpretar tendências e elaborar analises estratégicas de mercado.

Outro acompanhamento muito querido entre os negociantes de commodities são os relatórios de exportação, esses são utilizados com base em informações dos principais órgãos de comércios internacionais, sejam eles estrangeiros ou locais. No Brasil temos a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), enquanto que nos EUA e no resto do mundo, podemos extrair informações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

No Brasil temos algumas agencias nacionais como Departamento de Economia Rural (Deral) situada no Paraná, Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), além da EMPRABA e CONA.

Com essas variáveis os agentes montam suas projeções e buscam traçar com comparações com padrões anuais para elaborar estratégias no mercado físico, futuro e opções.

E por fim, vai uma pergunta visando relembrar alguns conceitos que já falamos por aqui:

Será que os preços negociados em bolsa são os mesmos preços negociados em regiões distantes das praças de referencias?

A resposta para essa pergunta é não.

O milho por exemplo, tem sua base de precificação a região de campinas, portanto, quem negocia o milho em Lucas do Rio Verde, Tocantins, Rio Grande do Sul, ou qualquer outra região do Brasil, também devera utilizar o preço de bolsa como parâmetro, mas, por diversos motivos como a própria logística, os preços são divergentes em cada uma dessas regiões e para isso temos um relatório de diferencial de base, esse relatório comtempla a diferença entre a praça de referencia na bolsa comparando com as demais regiões produtoras.


Fonte: Estudos realizados na Examy Academy


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