Como foi 2022 e como será 2023 - Pecuária
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  • Caroline Hirasaka

Como foi 2022 e como será 2023 - Pecuária

O VBP de 2022 é o segundo maior em uma série de 34 anos; faturamento das lavouras foi de R$ 814,7 bilhões e o da pecuária de R$ 374,2 bilhões.


Como foi 2022:

O ano começou com boas perspectivas para a cotação da arroba do boi gordo. A cotação média em janeiro fora de R$331,33/@, preço bruto e a prazo, atingindo a máxima de R$342,00/@ em 9 março com média mensal de R$333,14/@.

Segundo a Coopercitrus, esse comportamento no primeiro trimestre foi possível com a retomada da exportação de carne bovina in natura para a China, suspensa desde setembro de 2021, devido a dois casos atípicos de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), conhecida como a doença da “vaca louca”.

A partir de março, a cotação caiu.



Com o aumento do descarte de fêmeas, a oferta aumentou e os preços caíram.

O fator que mais prejudicou o desempenho foi a seca, especialmente na região Sul e parte do Centro-Oeste, que resultou em prejuízos aos agricultores causados por perdas de produção de soja, milho e feijão. A pecuária também foi afetada devido às perdas de suprimento.



Até o terceiro trimestre de 2022, foram abatidas 8,46 milhões de fêmeas (vacas e novilhas), incremento de 15,2% em relação ao mesmo período de 2021, quando 7,34 milhões de fêmeas foram abatidas, evidenciando uma mudança de oferta de gado.

No mercado doméstico, apesar da oferta de carne maior em 2022 em relação a 2021, o ano foi marcado pela dificuldade no escoamento da produção. O consumo per capita de carne bovina caiu para o pior nível em 26 anos, em 2021.

A queda na cotação da arroba do boi gordo não foi sentida na mesma intensidade no mercado varejista, não estimulando, portanto, o consumo.


Estimativa de VBP para 2023:

O VBP estimado para 2023 é 6,3% maior que o de 2022, podendo atingir R$ 1,263 trilhão. As lavouras devem ter um aumento real de 8,3%, e a pecuária de 1,9%. Até o momento, os pontos mais relevantes deste ano são de recuperação do VBP da soja que deve atingir R$ 406,4 bilhões e espera-se um desempenho menos favorável em café, algodão e trigo.


Perspectivas para 2023:

No Brasil, a fase de baixa do ciclo de preços pecuários deverá se consolidar em 2023 e o abate de fêmeas ser maior. Com a maior disponibilidade de bovinos para abate, os preços da arroba do boi gordo deverão ser pressionados, podendo refletir na carne bovina para o consumidor interno.

Quanto ao consumo interno, a taxa de desemprego até o terceiro trimestre de 2022, teve um recuo de 0,8 pontos percentuais frente ao segundo trimestre anterior e de 34,1% referente ao mesmo período de 2021.

Em 2020 e 2021, a taxa de desemprego chegou a 14,6% e 12,6% respectivamente, contra 8,3% em 2022, trazendo boas expectativas quanto a recuperação do poder de compra do consumidor. A expectativa é que com a recuperação da renda da população, depois do período de pandemia, possa se intensificar o consumo neste ano de 2023. Isso tornará o Brasil um dos principais mercados consumidores de carne bovina na América Latina e trará novas oportunidades para o setor.

No que diz respeito às exportações, pesquisas recentes apontam para um crescimento de 20% no setor de carne bovina para 2023 e um incremento de 80% nas exportações de carne suína. Estes números só são possíveis por o Brasil ser líder entre os países emergentes na produção de carne, com condições favoráveis para o desenvolvimento deste mercado. Além disso, a tendência é de que o mercado interno crie novos mercados para os produtos da pecuária, somando aos resultados já obtidos na exportação, especialmente em 2022.

Resta saber como se comportará a economia diante da gestão do governo recém-empossado.

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